quarta-feira, 23 de abril de 2008

Fitoestrogênio e câncer de mama

O que é fitoestrogênio?
Fitoestrogenio é um grupo de substâncias encontrado nas plantas. : "Phyto" é o nome grego para plantas. Elas são chamadas "estrogênio" porquê agem como versão mais farca do estrogênio humano ou o hormônio sexual que controla o ciclo reprodutivo.
Quais alimentos contém fitoestrogênio?
Alimentos como grãos integrais, ervilhas, feijão, vegetais e frutas contém fitoestrogênio. Soja e alimentos baseados em soja como tofu são uns dos mais ativos alimentos que possuem fitoestrogênio. Outros cerais e sementes também são muito ricos em fitoestrogênio.
Qual a relação do fitoestrogênio com o câncer de mama?
Comer alimentos que contém fitoestrogênio pode contribuir de certa forma para a redução do risco de câncer de mama.
Qual a relação do estrogênio com o câncer de mama?
Mulheres que são expostas a altos níveis de estrogênio por toda a vida podem ter um risco maior de contrair o câncer de mama. Por exemplo, câncer de mama é ligeiramente mais comum entre a mulheres que menstruaram mais cedo, tiveram a menopausa tardiamente ou que nunca tiveram filhos. Durante a vida, todas essas condições podem aumentar a exposição da mulher ao estrogêneo. Esta descoberta levou os cientistas a questionar outras condições que podem aumentar ou diminuir a exposição da mulher ao estrogênio.
Como pode o fitoestrogenio reduzir o risco de câncer de mama?
Fitoestrogênio provavelmente atua em diversas maneiras para reduzir o câncer de mama. . Fitoestrogênios são estrogênios mais fracos. Eles têm apenas 1/1000 da atividade estrogênica humana, como estradiol. Estes estrogênios mais fracos podem reduzir a atividade geral de estrogênios, interferindo na atividade do estrogênio humano
Fitoestrogênios também interferem em enzimas que são importantes para o crescimento do câncer e aumenta a produção de hormônios que restringe o nível de estrogênio no sangue.
Fitoestrogênios podem reduzir o tempo de exposição ao estrogênio aumentando o ciclo menstrual. Mulheres asiáticas e mulheres ocidentais em pré-menopausa alimentadas com dieta baseada em alimentos de soja tiveram maior ciclo menstrual. Maior ciclo menstrual, em toda a vida significa menor exposição ao estrogênio, no total.
Quais as evidências de que o fitoestrogênio protege contra o câncer de mama?
Mulheres japonesas que comem uma dieta tradicional com muita soja e mulheres ocidentais que comem apenas vegetais excretam mais estrogênio pela urina e têm menor nível de estrogênio no sangue que outras mulehres que comem dietas ocidentais.
Quando as mulheres asiáticas migram para países ocidentais, seus índices de câncer de mama tornam-se mais parecidos com os das mulheres ocidentais.
Muitos, mas não todos os estudos mostram que são reduzidos os índices de câncer de mama entre as mulheres que se alimentam com muito fitoestrogênio. Por exemplo, um estudo recente entre as mulheres chinesas em pré-menopausa mostrou que mulheres chinesas que tinham dieta com muita soja tiveram 50% menos risco de contrair câncer de mama. No entanto, não houve um grande efeito no alto consumo de soja entre as mulheres na pós-menopausa, segundo este estudo.
Em estudos com animais, o consumo de fitoestrogênio, através da proteína de soja reduziu o crscimento de tumores de seio.
Existe alguma problema em ingerir muitos alimentos ricos fitoestrogênio?
Recentemente, em um pequeno estudo piloto, cientistas obervaram um aumento nas celulas da mama de algumas mulheres que tomam complemento de proteína de soja. Ainda não se sabe se essa descoberta vai ser confirmada em maiores estudos ou qual impacto essas mudanças teriam no risco de câncer de mama.
Todos os estudos sugerem, no entanto, que muitas questões ainda devem ser respondidas em relação aos fitoestrogênios Pode-se ter a idéia de que os efeitos biológicos do fitoestrogênio dependem muito to momento de vida da mulher.
Estes estudos também sugerem que existe um limite para a quantidade de fitoestrogênio que seria benéfico e especialmente que é prematuro para qualquer mulher, especialmente gestantes, tomar suplementos de fitoestrogênio, até que possamos saber mais sobre o assunto.
Mas, as frutas, vegetais e grãos não têm também outros benefícios?
Alimentos como frutas, vegetais e grãos integrais contém anti-oxidante tais como betacaroteno e vitamina C, assim como fibras. Eles são também usualmente pouco gordurosos. Alimentos com essas características têm sido associados a redução do câncer de mama.
A questão é que existem benefícios para a saúde em alimentar-se com frutas, vegetais e grãos intehrais. Enquanto os cientistas continuam estudando sobre os fitoestrogênios, o melhor conselho é comer muitos vegetais, assim como feijões, frutas, grãos integrais e tofu.

A mamografia

A mamografia é o exame radiológico dos tecidos moles das mamas e é considerado um dos mais importantes procedimentos para o rastreio do câncer ainda impalpável de mama. A sensibilidade da mamografia é alta, ainda que, na maioria dos estudos feitos, sejam registradas perdas entre 10 a 15% dos casos de câncer detectáveis ao exame físico. A sensibilidade da prova é muito menor em mulheres jovens. A mamografia, devido à sua pouca eficácia em mulheres com menos de 40 anos e mais de 70, em termos epidemiológicos e de saúde pública, não deve ser utilizada em programas maciços, e sim ser indicada no seguimento das mulheres de alto risco ou com suspeitas de doenças mamárias.
O rastreamento do câncer de mama feito pela mamografia, com periodicidade de um a três anos, reduz significativamente a mortalidade em mulheres de 50 a 70 anos. Nas mulheres com menos de 50 anos, existe pouca evidência deste benefício. O Instituto Nacional de Câncer recomenda que o Exame Clínico das Mamas - ECM seja realizado a cada três anos pelas mulheres com menos de 35 anos, a cada dois anos pelas mulheres entre 35 e 39 anos e anualmente pelas mulheres entre 40 e 49 anos. As mulheres na faixa etária entre 50 e 70 anos devem submeter-se ao exame anual ou semestralmente, sendo a mamografia indicada em casos suspeitos e de alto risco.

A maioria dos nódulos que aparecem nas mamas são benignos. Os cistos são as alterações benignas mais comuns. São dolorosos e aumentam antes da menstruação. Eles não se transformam em câncer.
Os fibroadenomas também são tumores benignos freqüentes e podem ser tratados facilmente apenas com uma pequena cirurgia, geralmente com anestesia local.
A saída de secreção pelo mamilo pode ser normal. Porém, quando esta saída de secreção é de um lado só, sai sem apertar e é sanguinolenta ou totalmente transparente (como água) , deve ser investigada.
O câncer é um nódulo que cresce rapidamente e geralmente não dói.
A displasia mamaria, ou doença fibrocística, constituem cerca de 13% das queixas das pacientes no consultório, a qual reflete um condição clinica representada por dor e espessamento mamário. Embora de etiologia desconhecida, pode estar relacionada com fatores hormonais.
Constatou-se que em pacientes com mastalgia e presença de cistos, alteração do perfil lipídico, com elevação de gorduras saturadas e redução dos ácidos graxos essenciais, esta relação aumentada leva à uma condição de aumento da sensibilidade hormonal aos estrogênios (Cláudio da Silva, 1997)
Há diversas características comuns entre o quadro da displasia mamária e o câncer de mama, sendo que algumas evidencias sugerem a com displasia, apresentam grande incidência de câncer de mama.
Alguns estudos têm demonstrado que há diversos agentes que podem ser considerados carcinogênicos, entre eles os radicais livres originários do próprio metabolismo celular.
Estes radicais, ou produtos reativos do oxigênio podem reagir diretamente com elementos celulares, inclusive com a cadeia de DNA, provocando alterações gênicas, e desencadeando desta forma os tumores.
O interesse da quimioprevenção do câncer tem crescido muito nos últimos anos, com a pesquisa crescente de agentes capazes de inibir o aparecimento de tumores induzidos pelos produtos reativos de oxigênio

Prevenção e diagnóstico

Acredita-se que o câncer de mama demore cerca de 3 a 30 anos para desenvolver.
Durante este período há pelo menos três oportunidades para interrupção de sua história natural. A primeira oportunidade constitui-se em prevenir ou limitar a exposição de agentes causadores de câncer. A Segunda oportunidade e conter o crescimento de células que ainda não tenham alcançado o estágio pré-cancerígeno diagnosticável. Nos três casos; é possível remover ou eliminar estas células antes que provoquem os sintomas clínicos (HANDERSON, 1993).

AUTO-EXAME

A mulher pode fazer a detecção precoce do câncer de mama através de um exame visual e de palpação. Este exame deve ser realizado cerca de 7 dias após a menstruação ou, para aquelas que não menstruam mais, uma vez por mês (por exemplo, na data do aniversário) .
- O auto-exame não substitui o exame clínico de rotina, que deve ser anual para mulheres acima de 50 anos de idade
- A presença de um nódulo mamário não é obrigatoriamente indicadora de neoplasia maligna
- Em 90% dos casos é a própria mulher quem descobre alterações em sua mama.


O QUE PROCURAR?

Diante do espelho:

Deformações ou alterações no formato das mamas. Abaulamentos ou retrações. Ferida ao redor do mamilo.

No banho ou deitada:

Caroços nas mamas ou axilas
Secreções pelos mamilos

Displasia mamária

A displasia mamária ou hiperplasia cística, é acometimento extremamente comum da mama feminina, tida como desequilíbrio endócrino que resulta em um distorção das alterações mamárias cíclicas que ocorrem no ciclo menstrual normal. Caracteriza-se por quatro padrões morfológicos dominantes:

1) fibrose: Caracteriza-se pelo crescimento excessivo do tecido fibroso do estroma, sem a ocorrência proeminente da hiperplasia epitelial. Afeta comumente o quadrante superior externo, podendo afetar outras regiões e com acometimento bilateral.

2) formação cística:Na formação cística há a formação de cistos, eventualmente acompanhada por hiperplasia estromal e epitelial. Sua formação é atribuída à hiperplasia do epitélio do ducto e à dilatação dos ductos a cada ciclo menstrual.

3) adenose esclerosante Caracteriza-se pela fibrose intralobular e pela proliferação de pequenos canalículos ou ácinos, podendo ser acompanhada por fibrose e pela formação cística.

4) hiperplasia epitelial ductal.

A presença de grandes quantidades de estrógeno é básico para o desenvolvimento da displasia. Experimentalmente, injeções de estrógeno induzem a formação de cistos mamárias em camundongos fêmeas.

O selênio

O selênio é essencial para a saúde. No caso de doenças crônicas como arterosclerose, câncer, artrite, cirrose e efisema, há fortes indícios de que o selênio atue como elemento protetor (HENDLER,1997).
Por muitos anos o selênio foi considerado tóxico para animais, em locais onde se encontra em grande quantidade no solo sob a forma de selenito ou selenato. Entretanto, mais recentemente descobriu-se que este elemento em quantidades muito pequenas é necessários na dieta (LEHNINGER, 1991).
Níveis sangüíneos de selênio têm se apresentado mais altos em indivíduos saudáveis do que apresentaram diversas formas de câncer. (HENDLER, 1997)
Quando combinado com aminoácidos é componente essencial do grupo prostético de várias enzimas e, particularmente da glutationa peroxidase, a qual junto com o peptídeo glutationa atua na proteção das células contra o peróxido de hidrogênio. O sítio ativo da glutationa peroxidase contém selenocisteina, um aminoácido raro, onde o átomo de enxofre é substituído pelo átomo de selênio (LEHNINGER, 1991). Na alimentação, frutos do mar, rins e fígado constituem fontes de selênio (WATSON, 1997)
Na síntese da selêniocisteína, um átomo de selênio toma o lugar de um átomo de enxofre na cisteína ligada à um tipo especial de tRNA. O tRNA tem afinidade por um sinal presente no mRNA que codificam a proteína utilizando a selenocisteína (ALBERTS, 1995).

Possíveis indutores do câncer de mama

O tempo de exposição à hormônios parece exercer um importante papel na susceptibilidade do câncer de mama em mulheres. A função destes no desenvolvimento de tumores tem sido deduzida do conhecimento de fatores de risco associados à doença. Estudos tem demonstrado que mulheres com alto risco de câncer de mama, apresentam elevados níveis plasmáticos de prolactina, progesterona e estrógeno (HENDERSDON , et al. 1997).

Eventos moleculares que atuam na ocorrência do câncer

A correlação entre carcinogênese (a ocorrência do câncer) e mutagênese (produção de uma mudança da seqüência do DNA) é clara entre carcinógenos químicos, os quais normalmente provocam uma simples mudança na seqüência nucleotídica. O aparecimento do câncer é dependente de muitos fatores, entretanto agentes carcinogênicos aumentam a probabilidade de ocorrência de eventos críticos (ALBERTS, et al. 1995).

Fatores de risco genéticos e clínicos

Genéticos - Entre os vários aspectos relacionados com o risco de desenvolvimento do câncer de mama, o fator familiar é, talvez, o mais aceito na comunidade científica. Mulheres com mãe ou irmã com câncer de mama apresentam duas a três vezes mais risco; e, se ambas, mãe e irmã, tiverem a doença, o risco aumenta ainda mais, especialmente se a doença delas tiver ocorrido antes da menopausa.
Clínicos - As mulheres que já apresentaram câncer em uma das mamas têm maiores probabilidades de vir a desenvolver câncer na outra mama, já que todos os fatores determinantes do câncer de mama (genéticos, hormonais etc.) permanecem e se direcionam à outra mama.
Considera-se que as hiperplasias mamárias, que fazem parte do grupo das chamadas alterações funcionais benignas da mama, apresentam um risco relativo aumentado para o câncer de mama. As hiperplasias atípicas têm um risco maior que as típicas.

O fator de risco

Infelizmente, qualquer mulher pode vir a ter um câncer de mama. No entanto, há determinados grupos de mulheres com maiores possibilidades de terem a doença. Essas mulheres têm em comum certas características denominadas fatores de risco. Vale dizer, elas apresentam condições favoráveis ao desenvolvimento da doença mas não obrigatoriamente terão o câncer de mama; apenas há maior probabilidade de tê-lo quando comparadas com a população feminina em geral, que não apresenta esses fatores.
O câncer de mama ocorre com muito maior freqüência nas mulheres que nos homens, numa proporção de 100 casos femininos para 1 masculino.
Nas mulheres a doença é mais freqüentemente descoberta entre os 40 e os60 anos de idade.

Ocorrência do câncer de mama

O câncer de mama constitui-se é o tipo mais comum de tumor entre as mulheres e, depois do câncer de pulmão, o mais letal (MARSHALL, 1993).
O maior fator de risco para o câncer de mama é a idade, as taxas de incidência aumentam rapidamente após os 30 anos, embora esta taxa seja atenuada após a menopausa. Com relação à etnia, estudos mostram que há maior ocorrência entre mulheres negras que em caucasianas, revertendo o quadro em idades mais avançadas.
Além destes fatores observa-se que a história familiar, menarca precoce, gravidez tardia, menopausa tardia, radiação e expressão de estrógeno pós-menopausa aumentam a incidência (WILLETT, 1995). Além dos fatores de susceptilidade, o risco de câncer de mama também está relacionada à flutuações hormonais (RUDDON, 1987)

Tecido mamário

As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de tecido glandular, o que torna esses órgãos mais densos e firmes.
Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai-se atrofiando e sendo substituído progressivamente por tecido gorduroso, até se constituir, quase que exclusivamente, de gordura e resquícios de tecido glandular na fase pós-menopausa.
Essas mudanças de características promovem uma nítida diferença entre as densidades radiológicas das mamas da mulher jovem e da mulher na pós-menopausa.

A estrutura normal das mamas

A mama passa por diversas alterações ao longo da vida, assim a amamentação, a época do ciclo mestrual e a idade da mulher são responsáveis por modificações no tamanho, consistência e forma do seio. Além disso, a comparação das mamas pode mostrar uma pequena diferença entre elas, pois geralmente não são simétricas.
As alterações na mama são decorretes de influência hormonal ( níveis de estrogênio e progesterona que ocorrem desde a fase intra-útero até a menopausa.
Além desses outros hormônios também estão envolvidos no desenvolvimento, alterações variáveis e involução do tecido mamário.

Nas neoplasias malignas o crescimento é mais rápido, desordenado e infiltrativo; as células não guardam semelhança com as que lhes deram origem e têm capacidade de se desenvolver em outras partes do corpo, fenômeno este denominado metástase, que é a característica principal dos tumores malignos.
O câncer de mama geralmente se apresenta como um nódulo na mama.

A estrutura das mamas

As glândulas mamárias, que têm como principal função a secreção do leite, estão situadas na parede anterior do tórax e se compõem de:

Ácino - menor parte da glândula e responsável pela produção do leite durante a lactação;
Lóbulo mamário - conjunto de ácinos;
Lobo mamário - conjunto de lóbulos mamários que se liga à papila através de um ducto;
Ductos mamários - em número de 15 a 20 canais, conduzem a secreção (leite) até a papila;
Tecido glandular - conjunto de lobos e ductos;
Papila - protuberância elástica onde desembocam os ductos mamários;
Aréola - estrutura central da mama onde se projeta a papila;
Tecido adiposo - todo o restante da mama é preenchido por tecido adiposo ou gorduroso, cuja quantidade varia com as características físicas, estado nutricional e idade da mulher.

As primeiras metástases comumente aparecem nos gânglios linfáticos das axilas. Os ossos, fígado, pulmão e cérebro são outros órgãos que podem apresentar metástases de câncer de mama. Calcula-se em seis a oito anos o período necessário para que um nódulo atinja um centímetro de diâmetro.
Esta lenta evolução possibilita a descoberta ainda cedo destas lesões, se as mamas são, periodicamente, examinadas.

Sintomas

O sintoma do câncer de mama já localmente detectável ao exame físico é o aparecimento de nódulo ou caroço no seio, com ou sem irritação e dor no local.

O câncer de mama

O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres devido à sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção de sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.
Este tipo de câncer representa nos países ocidentais uma das principais causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes em suas taxas de incidência ajustadas por idade nos registros de câncer de base populacional de diversos continentes. Tem-se documentado também o aumento no risco de mulheres migrantes de áreas de baixo risco para áreas de risco alto. Nos Estados Unidos, a Sociedade Americana de Cancerologia indica que uma em cada 10 mulheres tem a probabilidade de desenvolver um câncer de mama durante a sua vida.
No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres. Dos 269.000 novos casos de câncer com previsão de serem diagnosticados em 1998, o câncer de mama será o principal a atingir a população feminina, sendo responsável por 32.695 novos casos e 7.165 óbitos.

Introdução

As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.
De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos.
O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais freqüente nesses indivíduos. Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células.
O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando.
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
As células dos diversos órgãos do nosso corpo estão constantemente se reproduzindo, isto é, uma célula adulta divide-se em duas, e por este processo, chamado mitose, vai havendo o crescimento e a renovação das células durante os anos. A mitose é realizada controladamente dentro das necessidades do organismo. Porém, em determinadas ocasiões e por razões ainda desconhecidas, certas células reproduzem-se com uma velocidade maior, desencadeando o aparecimento de massas celulares denominadas neoplasias ou, mais comumente, tumores.
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma.
Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).